A Revista Informe ABIMDE, Revista Oficial da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança, em sua 15ª edição, de Dezembro/2022, publicou, em matéria especial sobre parques e polos tecnológicos do Brasil, sobre como o PCTI – Parque Científico e Tecnológico de Itajubá – promove pesquisa e desenvolvimento de soluções para o setor da indústria de defesa.
Em trecho retirado da matéria, Fernando Bissacot, Secretário Municipal de Ciência e Tecnologia, Indústria e Comércio, comenta: “Itajubá representa aproximadamente 70% da indústria aeronáutica e defesa no Estado e, pela densidade de indústrias nesse setor, forma o APL de Asas Rotativas & Defesa reconhecido pelo governo de Minas Gerais”.
COMPETITIVIDADE
Um dos segredos do sucesso dos Parques Tecnológicos – e como eles contribuem imensamente para a indústria de Defesa – está na propagação de novas tecnologias e conceitos de inovação. Esse quadro é a tônica no Parque Científico e Tecnológico de Itajubá (PCTI), localizado no sul de Minas Gerais.
“As empresas vêm desenvolvendo projetos com alguma relação entre diferentes empresas e instituições, devido ao já estabelecido ambiente de integração e colaboração do ecossistema de Itajubá”, explica Mauricio de Pinho Bitencourt, diretor-geral da Associação Itajubense de Inovação e Empreendedorismo. “É uma cadeia composta por diferentes atores, englobando o poder público, as instituições de ensino e os centros de pesquisa. Podemos afirmar que o ecossistema se viabiliza e se posiciona como um hub com conexões entre empresas, mas sobretudo, com outros parques tecnológicos no país e no mundo.”
PCTI: FOCO INTENSO NAS TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
A exemplo do que acontece em São José dos Campos (SP), Itajubá já vinha de uma tradição de pesquisas e desenvolvimento tecnológico que datam do início do século 20. No caso da cidade mineira, essa história começou a ser escrita ainda em 1913, com a implantação da primeira escola de engenharia elétrica do país. No esteio dessa instituição, diversas indústrias de médio e grande porte começaram a se instalar na cidade, como a Airbus, Mahle, WEG, Honneywell e GE, dentre outras.
Dentro dessa tradição, criaram-se as condições para o surgimento do Parque Científico e Tecnológico de Itajubá (PCTI), concebido pela Universidade Federal de Itajubá, em associação com a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado de Minas Gerais. Trata-se de um polo focado na concepção e desenvolvimento de novas tecnologias voltadas ao desenvolvimento empresarial, com foco na inovação e também na sustentabilidade.
Mauricio de Pinho Bitencourt, diretor-geral da Associação Itajubense de Inovação e Empreendedorismo, fala um pouco sobre como o PCTI seguiu e fez evoluir a tradição da cidade em pesquisas tecnológicas. “Nós sediamos a maior incubadora de empresas de base tecnológica do Estado, com 40 startups incubadas, e 64 já graduadas, em sua maioria dedicadas a negócios em DeepTech. Também criamos, em 2016, o primeiro programa de pré-aceleração de hardware do Brasil.” Tudo isso, aponta ele, resulta em um status importante para a cidade. “Temos em nossa região uma grande densidade de profissionais ligados à área de Engenharia no país. E a já centenária Universidade Federal de Itajubá foi ranqueada em 5° lugar entre as Universidades Empreendedoras do país.”
O PCTI possui uma cadeia composta por diferentes atores, englobando o poder público, as instituições de ensino, centros de pesquisa como o LNA – Laboratório Nacional de Astrofísica, em implantação o Laboratório de Alta Tensão Instituto SENAI de Inovação, o Centro de Hidrogênio Verde (CH2V) – ou Usina de Hidrogênio, financiado pela GIZ -, Agência Alemã de Cooperação Internacional, um laboratório considerado uma das mais importantes conquistas de toda a história da universidade. Com término de construção previsto para o final de 2023.
Bitencourt lista ainda a forte vocação educacional, destacada ainda pela proximidade do Sul de Minas Gerais com os principais centros industriais do país. “Itajubá se forma num ambiente que possui uma comunidade de aproximadamente 17.000 alunos em nível de graduação em 17 instituições C&T, 50 cursos de graduação e 20 grupos de pesquisa nas áreas de engenharias, ciências exatas e da terra, ciências da computação e multidisciplinar, além de 2 mil pesquisadores em mestrado e doutorado.”
** Texto retirado da revista Informe ABIMDE, Revista Oficial da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança, em sua 15ª edição, de Dezembro/2022.